quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Old Delhi


O choque cultural ocorreu já nas primeiras horas após minha aterrisagem na capital. As semanas seguintes foram recheadas de surpresas positivas, aprendizagem e encontros com pessoas magníficas.
No segundo dia decidi enfrentar “Old Delhi”, o centro velho de Nova Déli.
Minha primeira dificuldade foi achar uma motor-rickshaw (um táxi-moto de três rodas) que me levasse ao meu destino. O volume de carros, motos e pessoas era tão grande que o trajeto de 5 km podia levar até uma hora. Os que topavam a corrida inflacionavam o preço devido os meus traços de gringo. Enfim, ₹ 150,00 (rúpias), aproximadamente US$3,00, foi o valor barganhado.
O trânsito era um capítulo a parte. A sinfonia de buzinadas (os motoristas grafitam atrás dos veículos “Por favor, buzine”), a direção do lado contrário e as contramãos são muito bem entendidas pelos indianos. Tanto é que nunca vi uma discussão nem um acidente de trânsito nas diversas vezes em que estive neste país. Já para um estrangeiro, entropia pura! 
 

 
Nai Sarak com Chandni Chowk. Esta esquina é uma das diversas portas de entrada para Old Delhi. Desci do veículo e negociei com uma bike-rickshaw (táxi-bicicleta de três rodas) para me conduzir centro adentro!
O motorista era um sujeito magrinho que pedalava e gritava, abrindo sua passagem pelas vielas estreitas e entupidas de gente.  Testemunhei mulheres aglomerando em uma loja de sáris, escolhendo as peças das pilhas de tecidos cintilantes em promoção enquanto os lojistas vizinhos chamavam-nas para dentro de suas lojas, anunciando as barganhas do dia. É “briga” por freguês! Afinal eram inúmeras lojas pequenas vendendo o mesmo produto.
Mais adiante passei por lojas que vendiam colares para deidades indianas. Achei incrível haver mercado para tantas lojas. Depois me lembrei que há mais de 32.000.000 de deuses no hinduísmo!!
 
Chegando ao final deste percurso de 15 minutos tive a impressão de ter entrado por uma porta e me deparado com uma cidade que parou no tempo, sem ser alterada por nenhuma cultura moderna. As cores confundiram minha cabeça, o barulho tirou meu foco. Sabia que tinha que fazer esse percurso algumas vezes para absorver esse caleidoscópio de produtos.
Desci no Forte Vermelho (Red Fort).
Hora de tomar um chai!

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